segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Fotos inéditas de são paulo e corinthians

Segue a baixo fotos ineditas do classico volento

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segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Palestina: a solução final e José Saramago

James Petras
historiador americano

As imagens da força militar de Israel estão sendo transmitidas ao mundo inteiro: Soldados disparando na cabeça dos feridos; tanques derrubando paredes de casas, escritórios, o complexo de Arafat. Centenas de crianças, mulheres e homens, com as cabeças encapuzadas, sendo levados a coronhadas aos campos de concentração; helicópteros providos de artilharia destruindo mercados; blindados destruindo campos de oliveiras, e pomares de laranjeiras e limoeiros. As ruas de Ramallah devastadas. Mesquitas e escolas crivadas de balaços, desenhos de crianças rasgados em pedaços, crucifixos feitos em frangalhos, paredes autografadas pelos saqueadores do exército. Milhões de palestinos rodeados por tanques: A eletricidade cortada, sem água, sem telefones, sem alimentos. As tropas de assalto arrebentam as portas, os móveis e os utensílios de cozinha, seja o que for que faça a vida possível.
Por acaso alguém pode dizer que não sabia que os israelenses estão levando a cabo o extermínio de um povo, espremido nos porões, sob as ruínas de seus lares? Que aos feridos, aos agonizantes, se lhes nega deliberadamente a atenção médica? Que não sabia das imposições sistemáticas e metódicas do Alto Comando israelense de bloquear todas as ambulâncias, de prender e até assassinar os motoristas e o pessoal de emergência médica?
Temos o duvidoso privilégio de ver e ler em tempo real como se desenrola todo esse horror promovido pelos descendentes do holocausto, aqueles que, hipócrita e rancorosamente, reivindicam o monopólio do uso da palavra que melhor descreve o ataque contra todo um povo.
O público israelense, seus meios de comunicação e jornalistas, escandalizaram-se quando o escritor português José Saramago, prêmio Nobel de Literatura os confrontou com a verdade histórica: "O que está ocorrendo na Palestina é um crime que podemos comparar com o que ocorreu em Auschwitz." A opinião pública israelense, em lugar de refletir sobre seus atos violentos, lançou-se contra Saramago por ter se atrevido a compará-los aos nazistas.
Amós Oz, escritor israelense e, de vez em quando, pacifista — até que Israel entre em guerra — acusou Saramago de ser "anti-semita" e de uma "incrível cegueira moral."
A profunda imoralidade de uma guerra contra todo um povo é um crime contra a humanidade. Não há exceções especiais. São precisamente esses intelectuais israelenses, e os da diáspora, que se dizem "progressistas", aqueles que expuseram a sua própria cegueira nacional e a sua covardia moral, encobrindo suas desculpas para o terrorismo de estado israelense com os farrapos das vítimas do outro holocausto de 60 anos passados.
Basta ler a imprensa israelense para compreender a validade da analogia histórica de Saramago. Dia após dia, líderes proeminentes e respeitáveis, eleitos pelo eleitorado judeu, "bestializam" os palestinos, tudo para melhor justificar seus próprios excessos.
Segundo o diário israelense Maariv — citado por Roberto Fisk — um oficial das Forças de Defesa de Israel (IDF) aconselha suas tropas a estudar as táticas adotadas pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. "Se o nosso trabalho é tomar os campos de refugiados densamente povoados na Casbah de Nablus, um oficial deve analisar as lições das guerras passadas, até mesmo analisar como o exército alemão operou no Gueto de Varsóvia."
Quando a imprensa israelense acusou Saramago de anti-semita, estariam dispostos a estender essa calúnia aos oficiais de seu exército e às suas tropas por utilizarem as mesmas analogias? Ou os oficiais israelenses vão alegar simplesmente que "estavam cumprindo ordens" ao explodir edifícios com mulheres, crianças e anciãos em seu interior?
Nos fóruns mundiais — da União Européia às Nações Unidas, e em todo o Terceiro Mundo, Israel está sendo condenado por atos contra a humanidade.
Os arautos e os defensores das táticas de Israel perceberam que chamar os críticos de anti-semitas já não intimida as pessoas. A opinião pública mundial já viu e leu o bastante. Estamos nos dando conta que as "vítimas" se transformaram em algozes.
A exemplo de qualquer Estado Policial, Israel retirou todos os livros de Saramago das livrarias e das bibliotecas. Só falta leva-los à fogueira.
Com a mesma seriedade com que se preparou para o genocídio, Israel proibiu a entrada de todos os jornalistas nos guetos palestinos, salvo aqueles que aceitam e publicam os comunicados de imprensa do exército.
Como na Alemanha nazista, todos os homens palestinos entre 16 e 60 anos são aprisionados, muitos deles desnudados, algemados com cordéis, interrogados e muitos deles torturados. As famílias dos combatentes da resistência palestina são mantidas como reféns, sem água, alimento ou eletricidade.
Os soldados israelenses saqueiam as casas e roubam qualquer objeto de valor, destruindo os móveis. Como os nazistas, deixam morrer centenas de palestinos feridos enquanto as tropas israelenses bloqueiam todas as ambulâncias. Centenas de milhares enfrentam a desidratação e a morte por inanição, posto que se cortou todo o suprimento de água e alimento.
Tropas israelenses, tanques e helicópteros destruíram todas as principais cidades e campos de refugiados: Tulkarem, Al Bireh, Al Jader, Beit Jala, Kalqirya, Hebron. A descoberta de um único combatente da resistência resulta em culpa e castigo coletivos: pais, filhos, tios e vizinhos são retirados à força e levados aos campos de concentração, campos de futebol e parques infantis.
É evidente que a indignação judaica pela comparação feita por Saramago, do terrorismo israelense com Auschwitz, pôs o dedo sobre uma lembrança sensível: O desprezo por si próprios, dos executores, que se dão conta que foram bons discípulos do perseguidor nazista e que, a todo o custo, devem nega-lo.
Na mentalidade de bunker do psicopata Sharon e seus paranóicos seguidores, todos são racistas, anti-semitas, leitores entusiastas dos Protocolos dos Sábios de Sião, e tentam desmoralizar os judeus para que não levem a cabo a missão bíblica de uma Grande Israel, de um povo, de uma nação, de um Deus, e a expulsão de todos os palestinos de sua Terra Prometida.
A oferta de Sharon a Arafat — a liberdade para partir, mas sem regressar jamais — é dirigida também a todo o povo palestino.

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Manifesto de Gandhi sobre os judeus na Palestina*


M. K. Gandhi

Harijan, 26 de novembro de 1938



In M.K.Gandhi, My Non-Violence

Editado por Sailesh K. Bandopadhaya

Navajivan Publishing House

Ahmedabad, 1960



Recebi muitas cartas solicitando a minha opinião sobre a questão judaico-palestina e sobre a perseguição aos judeus na Alemanha. Não é sem hesitação que ouso expor o meu ponto-de-vista.(1)

Na Alemanha as minhas simpatias estão todas com os judeus. Eu os conheci intimamente na África do Sul. Alguns deles se tornaram grandes amigos. Através destes amigos aprendi muito sobre as perseguições que sofreram. Eles têm sido os "intocáveis" do cristianismo; há um paralelo entre eles, e os "intocáveis" dos hindus. Sanções religiosas foram invocadas nos dois casos para justificar o tratamento dispensado a eles. Afora as amizades, há a mais universal razão para a minha simpatia pelos judeus. No entanto, a minha simpatia não me cega para a necessidade de Justiça.

O pedido por um lar nacional para os judeus não me convence.

Por quê eles não fazem, como qualquer outro dos povos do planeta, que vivem no país onde nasceram e fizeram dele o seu lar?(2)

A Palestina pertence aos palestinos, da mesma forma que a Inglaterra pertence aos ingleses, ou a França aos franceses.

É errado e desumano impor os judeus aos árabes. O que está acontecendo na Palestina não é justificável por nenhuma moralidade ou código de ética. Os mandatos não têm valor. Certamente, seria um crime contra a humanidade reduzir o orgulho árabe para que a Palestina fosse entregue aos judeus parcialmente ou totalmente como o lar nacional judaico.

O caminho mais nobre seria insistir num tratamento justo para os judeus em qualquer parte do mundo em que eles nascessem ou vivessem. Os judeus nascidos na França são franceses, da mesma forma que os cristãos nascidos na França são franceses.

Se os judeus não têm um lar senão a Palestina, eles apreciariam a idéia de serem forçados a deixar as outras partes do mundo onde estão assentados? Ou eles querem um lar duplo onde possam ficar à vontade?(3)

Este pedido por um lar nacional oferece várias justificativas para a expulsão dos judeus da Alemanha. Mas a perseguição dos alemães aos judeus parece não ter paralelo na História. Os antigos tiranos nunca foram tão loucos quanto Hitler parece ser.

E ele está fazendo isso com zelo religioso. Ele está propondo uma nova religião de exclusivo e militante nacionalismo em nome do qual, qualquer atrocidade se transforma em um ato de humanidade a ser recompensado aqui e no futuro. Os crimes de um homem desorientado e intrépido, estão sendo observados sob o olhar da sua raça, com uma ferocidade inacreditável.(4)

Se houver sempre uma guerra justificável em nome da humanidade, a guerra contra a Alemanha para prevenir a perseguição desumana contra uma raça inteira seria totalmente justificável. Mas eu não acredito em guerra nenhuma. A discussão sobre a conveniência ou inconveniência de uma guerra está, portanto, fora do meu horizonte. Mas se não pode haver guerra contra a Alemanha, mesmo por crimes que estão sendo cometidos contra os judeus, certamente não pode haver aliança com a Alemanha. Como pode haver aliança entre duas nações que clamam por justiça e democracia e uma se declara inimiga da outra? Ou a Inglaterra está se inclinando para uma ditadura armada, e o que isso significa?

A Alemanha está mostrando ao mundo como a violência pode ser eficientemente trabalhada quando não é dissimulada por nenhuma hipocrisia ou fraqueza mascarada de humanitarismo; está mostrando como é hediondo, terrível e assustador quando isso aparece às claras, sem disfarces. Os judeus podem resistir a esta organizada e desavergonhada perseguição? Existe uma maneira de preservar a sua auto-estima e não se sentirem indefesos, abandonados e infelizes? Eu acredito que sim. Ninguém que tenha fé em Deus precisa se sentir indefeso, ou infeliz. O Jeová dos judeus é um Deus mais pessoal que o Deus dos cristãos, muçulmanos ou hindus, embora realmente, em sua essência, Ele seja comum a todos. Mas como os judeus atribuem personalidade a Deus e acreditam que Ele regula cada ação deles, estes não se sentiriam desamparados.

Se eu fosse judeu e tivesse nascido na Alemanha e merecido a minha subsistência lá, eu reivindicaria a Alemanha como o meu lar, do mesmo modo que um "genuíno" alemão o faria, e desafiaria qualquer um a me jogar na masmorra; eu me recusaria a ser expulso ou a sofrer discriminação. E fazendo isso, não deveria esperar por outros judeus me seguindo em uma resistência civil, mas teria confiança que no final estariam compelidos a seguir o meu exemplo.

E agora uma palavra aos judeus na Palestina:

Não tenho dúvidas de que os judeus estão indo pelo caminho errado. A Palestina, na concepção bíblica, não é um tratado geográfico. Ela está em seus corações. Mas se eles devem olhar a Palestina pela geografia como sua pátria mãe, está errado aceitá-la sob a sombra do belicismo britânico. Um ato religioso não pode acontecer com a ajuda da baioneta ou da bomba. Eles poderiam estabelecer-se na Palestina somente pela boa vontade dos palestinos. Eles deveriam procurar convencer o coração palestino. O mesmo Deus que rege o coração árabe, rege o coração judeu. Só assim eles teriam a opinião mundial favorável às suas aspirações religiosas. Há centenas de caminhos para uma solução com os árabes, se descartarem a ajuda da baioneta britânica.

Como está acontecendo, os judeus são responsáveis e cúmplices com outros países, em arruinar um povo que não fez nada de errado com eles.

Eu não estou defendendo as reações dos palestinos. Eu desejaria que tivessem escolhido o caminho da não-violência a resistir ao que eles, corretamente, consideraram como invasão de seu país por estrangeiros. Porém, de acordo com os cânones aceitos de certo e errado, nada pode ser dito contra a resistência árabe face aos esmagadores acontecimentos.(5)

Deixemos os judeus, que clamam serem os Escolhidos por Deus, provar o seu título escolhendo o caminho da não-violência para reclamar a sua posição na Terra. Todos os países são o lar deles, incluindo a Palestina, não por agressão mas por culto ao amor.

Um amigo judeu me mandou um livro chamado A contribuição judaica para a civilização(6), de Cecil Roth. O livro nos dá uma idéia do que os judeus fizeram para enriquecer a literatura, a arte, a música, o drama, a ciência, a medicina, a agricultura etc., no mundo. Determinada a vontade, os judeus podem se recusar a serem tratados como os párias do Ocidente, de serem desprezados ou tratados com condescendência.

Eles podiam chamar a atenção e o respeito do mundo por serem a criação escolhida de Deus, em vez de se afundarem naquela brutalidade sem limites.(7) Eles podiam somar às suas várias contribuições, a contribuição da ação da não-violência.



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