terça-feira, janeiro 01, 2008

Versão Brasileira Herbert Richards

Quem nunca escutou a famosa frase "Versão Brasileira Herbert Richards?
Assim começa a apresentação de uma comunidade no Orkut querendo saber quem foi esse homem.
Bem na verdade nome se escreve um pouco diferente.



Versão brasileira

Herbert Richers é um personagem de cinema. Com uma diferença: ele fica do lado de cá das câmeras, já que grande parte da produção nacional realizada até hoje passou pelas suas mãos. São 50 anos, a metade da idade do cinema mundial, produzindo jornais, chanchadas, filmes, longas e curta-metragens. Por isso, a história do cinema brasileiro poderia ser contada a partir da sua própria história. E nesse momento, quando comemoramos seu meio século de carreira, a Faculdade da Cidade lhe concede o título de professor Honoris Causa, uma homenagem prestada por faculdades a pessoas que deram sua contribuição para a cultura do país.



Sr. Herbert

Paulista de Araraquara, Herbert Richers veio para o Rio de janeiro em 1942 para trabalhar no maior laboratório cinematográfico do país, que pertencia a um tio. A Herbert Richers S.A. foi fundada em 1950 e sua primeira produção foi um jornal cinematográfico que, em seis meses, conseguiu ser distribuído e exibido em mais de 2.000 cinemas, nas principais cidades do país.

Em vários momentos, Herbert Richers foi o precursor de novas tendências. Aconteceu assim com o Cinema Novo, quando este ainda estava a caminho. O filme "Os Cafajestes" trouxe inovação e mais sucesso. O dinheiro veio através de "Meu Pé de Laranja Lima" que, segundo o produtor, deu muito trabalho para realizar. Ele também foi responsável pelo surgimento de novos talentos, como é o caso de Vidas Secas , um longa produzido com Nelson Pereira dos Santos e que teve como diretor de fotografia Luiz Carlos Barreto - atualmente um dos mais conceituados produtores brasileiros.

A dublagem, como a conhecemos hoje em dia, foi introduzida pela Herbert Richers em 1960, com a ajuda de Walt Disney. Como a legenda na época não era boa, a televisão pequena, em preto e branco e sem definições, resolveram colocar vozes brasileiras nas produções estrangeiras. Hoje são dubladas, em média 150 horas de filmes por mês, o que corresponde a setenta por cento da dublagem exibida nos cinemas. Ou seja, a marca registrada Herbert Richers não está presente apenas no que é feito no país, mas em grande parte do que recebemos de fora também.



Dos cinemas para a nossa sala de estar

Um tour nostálgico pelos grandes nomes do cinema brasileiro e suas inesquecíveis interpretações. Isso se torna possível através do departamento de home vídeo criado pela distribuidora Herbert Richers. Seus primeiros lançamentos no mercado são a chave para se entrar em contato com a época de ouro das chanchadas, entre elas "Sai de Baixo", "Com Água na Boca", "Metido a Bacana"e "Com Jeito Vai". A partir de agora, esse acervo único, sonho de todo cinéfilo, poderá ser compartilhado em nossas próprias casas.


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Os estúdios Herbert Richers lançaram nomes que, mais tarde, se tornariam famosos, como Costinha, Fred e Carequinha, além de Ankito, Zé Trindade, Grande Otelo e Ronald Golias, presenças constantes nas produções da casa. O surgimento de grandes marcos do cinema nacional em substituição às produções mais descompromissadas realizadas até então também aconteceu dentro da Herbert Richers. De lá saíram filmes como "O Assalto ao Trem Pagador", "Vidas Secas", "Bonitinha, Mas Ordinária", "Pão de Açúcar", "Selva Trágica" (peça-chave do Cinema Novo) e "Asfalto Selvagem". As estrelas e astros que já faziam parte do imaginário coletivo foram trocados e em seu lugar entraram nomes como Jece Valadão, Reginaldo Farias, Rejane Medeiros, Átila lório, Maria Ribeiro e Eliezer Gomes. Assim como as assinaturas de Nelson Pereira dos Santos e Roberto Faria substituíram as de Victor Lima e J.B. Tanko.

J.B.Tanko é um capítulo à parte na história do cinema nacional. Ele foi o responsável pelos últimos filmes dos Trapalhões, mas ficou realmente conhecido pelas chanchadas dos anos 40 e 50. De "Sai de Baixo" a "Asfalto Selvagem", dirigiu na Herbert Richers atores como Dercy Gonçalves, Renata Fronzi e Jece Valadão em filmes produzidos, na maior parte das vezes, por Oswaldo Massaini e Arnaldo Zonarí.



Patrimônio do cinema

Só se constrói um futuro sólido a partir do conhecimento exato do que foi o nosso passado, que, nesse caso passa inevitavelmente por Herbert Richers. Ele, que tantos caminhos abriu na nossa cinematografia, hoje serve de exemplo para essa geração que retoma com fôlego a produção nacional.


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As organizações artísticas Herbert Richers foram fundadas em 1956 para a exclusiva produção de cinejornais. Pouco tempo depois já aderia aos longas-metragens, na época um setor ainda visto com certo temor. Começou modestamente com a comédia "Sai de Baixo", mas se desenvolveu a ponto de chegar a produzir oito filmes por ano, a maior média de qualquer estúdio ou produtora daquela época. Com o desenvolvimento da televisão, Herbert Richers organizou um departamento de dublagem de filmes para TV, obtendo a representação exclusiva da MCA TV LTD., de Hollywood, proprietária dos estúdios da Universal. Daí para a produção dos primeiros filmes para a TV no Brasil foi um pulo. O inevitável seria que a maior distribuidora de filmes para a televisão entrasse também para o mercado de vídeo, o que acabou acontecendo em 1988.



Produção, direção e atuação: Herbert Richers

A história de Herbert Richers como produtor confunde-se com a própria história do cinema no Brasil. Por isso, seu currículo daria um excelente roteiro cinematográfico.


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Pode-se contar uma história de duas maneiras: fictícia ou didaticamente. No caso desse recente período do cinema brasileiro, podemos ler a descrição anterior ou optar por um breve mergulho na filmografia produzida por Herbert Richers. Como filmes são criados com o propósito de nos arrebatar e envolver, nada melhor do que os utilizarmos para contar a sua própria história. Seguem-se, então, alguns marcos capazes de relatar o processo de desenvolvimento de parte de nossa produção.

"Sai de Baixo" liderou o frescor do todas as chanchadas que vieram a seguir, revelando personalidades como, além dos já citados Fred e Carequinha, Costinha, Anilza Leoni, Adalgisa Colombo, Adelaide Chiozzo, Ivon Curi, Norma Blum e, posterior mente, Ronald Golias e Renata Fronzi. Merece destaque, por exemplo, "Metido a Bacana", que bateu recordes de bilheteria com Ankito vivendo um duplo papel, numa espécie de "O Príncipe e o Mendigo" a brasileira, filmes como "Com Água na Boca", 'Sherlock de Araque", "Massagista do Madame" e "Hoje o Galo Sou Eu" provaram que, já naquele tempo, cinema era a maior diversão.

Pouco a pouco, a malícia descompromissada dessas produções começou a abrir espaço para obras realizadas dentro de grandes estúdios e repletas de um aparato técnico até então desconhecido. Significava uma quebra do estilo de produção naif que, algum tempo depois, tornou só ainda mais brusca com a chegada e o impacto do Cinema Novo. Esse gênero trouxe intrínseco a existência de um cinema pobre, mas que substituía a busca inocente do simples entretenimento, próprio das chanchadas, por uma temática voltada para as mazelas do Brasil. Foi o responsável por projetar a produção brasileira no âmbito internacional (objetivo primordial da extinta Vera Cruz), sem esquecer da meta de renovar o cinema nacional, desvencilhan-do-o do modelo norte-americano. Mais uma vez, Herbert Richers se sobressai com uma contribuição essencial à consolidação do novo gênero, expressa em filmes como "Boca de Ouro", "Bonitinha, Mas Ordinária" (da dramaturgia rodrigueana; ambos retratavam o corrompido contexto social da época); "Assalto ao Trem Pagador" (drama policial de Roberto Faria); "Selva Trágica" e "Vidas Secas". Estes dois últimos são exemplos perfeitos da importância da literatura como uma das maiores fontes de inspiração do cinema novo. Em "Selva Trágica", baseado no livro homônimo de Hernani Donato, é evidente a tentativa de captar, sem acréscimos ou subtrações, a realidade amarga e triste dos plantadores de erva-mate nos confins de Mato Grosso. Já em "Vidas Secas", Nelson Pereira dos Santos - que junto a cineastas como Glauber Rocha e Rui Guerra representava o movimento - captou a trágica sobrevida do sertão nordestino descrita por Graciliano Ramos. No entanto, enquanto os personagens ardiam sob o sol impiedoso, por pouco o filme não arde sob as chamas que quase levaram Herbert Richers à ruina.

Incêndio
"Vidas Secas" só se salvou do incêndio que poderia ter posto fim a toda vida ativa da Herbert Richers porque estava no estúdio da Tijuca, junto a todos os outros longas-metragens, e não no edifício Astória onde se localizava a empresa. Um incidente nessas dimensões seria o fim prematuro de um produtor que, em 1942, chegou ao Rio de janeiro para trabalhar num laboratório cinematográfico. Ao mesmo tempo que buscava se tornar um cinegrafista, Herbert Richers trabalhava na cobertura jornalística dos filmes da Atlântida. Em 1950, fundou a própria empresa — Herbert Richers SA. — que começou produzindo cine-jornais até se iniciar no ramo dos longas-metragens. Tempos depois, a amizade com Walt Disney proporcionou um investimento no setor de dublagens de filmes americanos a serem televisionados aqui.

Como se vê, é uma trajetória que o fogo não pode apagar.






Os serviços prestados pelos estudios Herbert Richers são:

Dublagem

Filmagem

Legendagem


fonte: Jornal da Faculdade da Cidade - Edição comemorativa 100 anos do cinema e 50 de Cinema de Herbert Richers.

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